TC323 da ISO: Economia Circular em pauta!

Na semana de 15 a 19 de junho participei da segunda assembléia geral do TC323 da ISO, que trata de uma norma sobre Economia Circular. O país responsável por fazer o convite inicial foi a França, mas desde a primeira reunião, ocorrida em maio do ano passado em París, muitos países têm dedicado grandes esforços para construção de uma norma que seja abrangente.

Grupo Brasileiro que participou do primeiro encontro, em París/2019.

Em 2019 éramos 7 os representantes do Brasil, a segunda maior delegação naquele momento. Este ano a reunião aconteceria no Japão, o que acredito que diminuiria consideravelmente o número de participantes, mas dado ao formato digital que acabou sendo imposto pela COVID-19, passamos a quase 20 pessoas atuando ativamente nas discussões.

As discussões foram divididas em 4 grupos:

  • Principles, Framework, Terminology, Management System Standards
  • Guidance for implementation and sectoral applications
  • Measuring Circularity e
  • Specific issues
Temática do TC323

Eu participei do grupo 3, Métricas de Circularidade, juntamente com as colegas Carol Zoccoli, Efigênia Rossi e Victória Santos. Nosso grupo não avançou tanto, apesar dos esforços do covenor Hans Kröder. O que percebemos é que ao final do encontro ainda existiam diversas dúvidas e questionamentos, inclusive conceituais. E que um avanço maior somente seria possível a partir das definições que o primeiro WG apresentar.

O IBICT continua investindo na temática de informação para sustentabilidade e a Avaliação do Ciclo de Vida possui papel importante como ferramenta capaz de garantir medições cientificamente comprováveis. Fui convidado para participar devido a minha experiência de 5 anos coordenando o tema no IBICT, mas provavelmente outras pessoas deverão continuar avançando a partir daqui.

Por fim, vale salientar que o Brasil está muito bem representado, com suporte fundamental da CNI e de outras grandes empresas como Braskem e Flextrônics. Entendo que nossos interesses estarão representados de forma bem presente no documento final desta norma.

Lançamento da GLAD

GLAD Lançamento

Hoje participei do lançamento da GLAD, que está hospedado no endereço https://www.globallcadataaccess.org/ e tem sido organizado pela ONU Meio Ambiente com sua equipe de Paris. Participei do projeto desde 2015, quando fiz minha primeira viagem internacional pelo IBICT – se iniciou em 2014, em Washington.

Durante os cinco anos em que participei, contribuí, junto com meus colegas, para melhorar a estrutura da rede que se formava e também aprendi muito ao trabalhar com uma equipe internacional tão experienciada. Inclusive, meu doutorado também é fruto deste processo, uma vez que as entrevistas foram feitas com pessoas que representavam seus países na GLAD.

A rede, que é aberta, busca permitir que praticantes de ACV tenham acesso a inventários do ciclo de vida do mundo todo. É um grande processo de interoperabilidade entre bases construídas com as mais diversas tecnologias, baseadas em distintas nomenclaturas e que agora utilizam padrões comuns de metadados.

O que posso dizer é que foi muito bom ver este lançamento e melhor ainda poder participar ativamente. Parabéns à comunidade ACVística, espero que o Brasil continue ativamente contribuindo com iniciativas que visem melhorar o ciclo da informação sobre sustentabilidade.

E abaixo minha fala para o evento.

As the institution responsible for hosting recognized national Brazilian LCA datasets, IBICT supported GLAD from the very beginning because we believe that everyone have benefits when there is a project focused in oppenning important information, and the network that we are launching today always was committed to be open and is focused in very important sustainable information.

Since the GLAD Brazilian meeting in 2016, when we established GLAD’s infrastructure principles, we have worked together with specialists all around the world and could share our advances and benefit from other’s advances too. To connect with GLAD we had to propose and entire new process of making available our datasets and this led us to improve the way we manage our own database. I can say that the approach used to develop the network enabled us to share Brazilian primary data in a simple web interface without the necessity of complex computer programming.

The opportunity to have a global network which is open and prepared to support connections from a diversity of users, aiming to find information that will allow then to understand in a better way the flow of energy and materials and how the production of goods and services could impact our environment, was the key reason why Brazil chose to be GLAD. 

Olá!

Sou pesquisador do IBICT e utilizarei este espaço para discutir sobre temas que são pertinentes à minha atuação profissional, todavia as opiniões aqui expressas não representam a opinião do instituto.